quinta-feira, 1 de março de 2007

UM EPISÓDIO LAMENTÁVEL

O início da reunião pública de ontem ficou marcado pela questão da ocupação das cadeiras.

Sobre esse assunto quero fazer os seguintes comentários:

1. Não ocupei de forma abusiva qualquer cadeira.
Com efeito, foi o senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa quem deu instruções aos serviços para fazerem aquela alteração;

2. Apesar disso a situação foi bastante lamentável, pelo ridículo que se gerou e que muito me incomodou, porque contribuiu para desviar as atenções daqueles que são os problemas de Lisboa e que a CML tem que resolver;

3. Quero sublinhar e lamentar os engulhos que a situação provocou aos funcionários municipais, que foram envolvidos numa situação sem qualquer culpa, visto que se limitaram a cumprir ordens e afirmar que não tem cabimento qualquer proposta de realização de inquérito disciplinar aos funcionários.

4. Por tudo isto, quero apresentar desculpas aos lisboetas e, em especial aos socialistas, pelo sucedido e esclarecer que este assunto está encerrado e não voltará a repetir-se, visto que aquilo que realmente interessa não é o local onde nos sentamos, mas a forma como contribuímos para a resolução dos graves problemas que afectam Lisboa e a sua Câmara Municipal.

Lisboa, 01 de Março de 2007

António Dias Baptista

5 comentários:

Luís Novaes Tito disse...

Muito bem, caro Dias Baptista.

Anónimo disse...

Dança com Cadeiras

Um homem pauta a sua vida pela honra,lealdade e pelas suas acções.
Dança com cadeiras,episódio recambolesco,produzido pelo presidente Carmona Rodrigues e suscitado pelo vereador Ruben de Carvalho,agitou o inicio da ultima sessão de Câmara.
Não fora a atitude madura e responsável tomada pelo líder da bancada socialista vereador Dias Baptista,a reunião descambava no fracasso.
As inverdades e o alheamento não definem a expressão utilizada pelo Sr. Nuno Ribeiro "è uma vergonha".
Lembro camaradas que desde a primeira hora Sr. Nuno Ribeiro tem condições de trabalho em gabinete próprio,não o utilizando porque não quer.
Desde a primeira hora que o Sr. Nuno Ribeiro sabe que apesar de ser o elemento seguinte na lista candidata á CML,o líder da bancada socialista é o vereador Dias Baptista.
Este facto remonta desde as ausências de Manuel Maria Carrilho nas sessões de Câmara assim como após a sua demissão.
O Sr. Nuno Ribeiro sabe disso mas diz desconhecer.
O Sr. Nuno Ribeiro com a sua exposição desmedida,protagonismo desenfreado e de tanto se colocar em bicos de pés atingiu o limite das suas capacidades e um dia cai.
Qualquer observador mais atento consegue vêr isso.
O protagonismo desmedido paga-se caro.
O lobo mostra as suas "presas brancas".
De tanto esticar a corda a corda partiu.

JS/PS

Anónimo disse...

Quere-me parecer que o vereador Dias Baptista não está a ser muito explícito sobre este pedido de desculpas.
Todo este embróglio suge por causa do seu "colega" vereador Nuno Gaioso Ribeiro:
1º) porque políticamente não tem perfil para ser nº 1 e faz-lhe muita confusão estar sentado ao lado dos bons. Daí a rábula do "eu é que sou o nº1". O Herman não fez melhor na caricatura "eu é que sou o Presidente".
2º)Obriga o PS, através do vereador Dias Baptista a pedir publicamente desculpas aos funcionários do protocolo da CML.
Sim, porque para que conste (e já que as agências que passam as notícias para os media o omitiram)foi o seu "colega" vereador Nuno Gaioso Ribeiro, no final da reunião da CML, que solicitou os registos magnéticos da reunião, para poder processar os funcionários da Câmara, o que deixou todos os presentes estupefactos e em particular os do PS bastante embaraçados.
Claro que, mais uma vez, fica bem vincada a falta de carácter do Sr. Gaioso.
Eleições intercalares são bastante necessárias, não só para correr com o Carmona e a Direita como também com todos os Gaiosos que minam o nosso PS.

CLeone disse...

Em Esplanar
(http://esplanar.blogspot.com),
com saudações socialistas


Os problemas da Câmara Municipal de Lisboa não são comparáveis com os «casos» que envolvem outras autarquias. E isto por Lisboa ser maior, mais complexa, mais significativa a nível nacional. Lisboa é um verdadeiro governo regional, no qual a cidade propriamente dita não pode ser pensada e gerida sem se considerar a área metropolitana na qual se integra e que, no seu conjunto, influencia todo o país. Para utilizar uma noção da história política antiga, Lisboa é uma polis, uma cidade-Estado – a única em Portugal.
Os problemas da cidade estão hoje menos identificados que os da Câmara, o que revela bem o grau em que a autarquia pesa sobre a cidade em vez de a servir. Se o défice da CML, as lutas intestinas de PSD, PS e CDS/PP, e a oposição quanto pior melhor de PCP e BE são reconhecidos como problemas que afectam o funcionamento da Câmara, os problemas da cidade são cada vez mais relegados para segundo plano, obscurecidos pelas notícias sobre a luta partidária. Ora esta situação só pode condenar qualquer futuro executivo, pois como o actual bem demonstra, qualquer governo de Lisboa requer um pensamento sobre a relevância nacional da cidade – e quando ele falta, falta tudo. Daí que a ideia de uma lista de independentes apoiada por partidos apenas transferiria os actuais problemas para o vácuo, dado só os partidos serem forças políticas nacionais.
(E, claro está, o equivoco político dos independentes, criado por Guterres e ainda parcialmente recuperado por Sócrates, vê-se bem aqui: independente é quem não depende de uma força política, por ter vontade e meios próprios; quem, como Carmona, não os tem, é totalmente dependente; lista de independentes apoiada pelos partidos seria apenas a multiplicação dos Carmonas, passe a expressão.)
Os problemas de Lisboa são em muito os problemas do país, e a estrutura da CML, a nível directivo e administrativo, reflecte isso mesmo ao ser um verdadeiro governo. Se o PS – Lisboa pretende liderar a política camarária com sucesso tem de fazer mais do que se pacificar e encontrar um candidato credível. Tem de ser capaz de estar à altura dos problemas nacionais que Lisboa exemplifica, isto é, tem de ser capaz de se organizar e de se apresentar como sede própria de política locais, necessariamente, mas com um alcance e uma relevância nacionais que a direcção do PS tenha de ter em conta na hora de tomar decisões, ao contrário do que sucede actualmente. E a situação actual, como se sabe, está ligada à candidatura Carrilho, um fracasso anunciado à partida apoiado pela direcção nacional.
Se o choque tecnológico tem algum sentido, tê-lo-á forçosamente na região mais competitiva e dinâmica de Portugal, a sua capital. Se a criação de emprego é uma política nacional, então nela Lisboa é essencial, desde logo pelo peso demográfico da sua área metropolitana. Se a Justiça e a Administração Interna, o Turismo e as Obras Públicas, a mobilidade geográfica e a flexibilidade profissional são questões nacionais, em Lisboa, com a sua dimensão e complexidade únicas em Portugal, elas têm de ser pensadas e trabalhadas originalmente. Está o PS – Lisboa à espera de ordens para isso ou lança as suas próprias iniciativas? Até agora, as que promoveu desapareceram perante a imagem de oposição mais firme do BE e a chuva de casos na CML. Por isso, há que fazer mais e melhor.
Lisboa pode ser gerida em articulação estreita com as políticas governamentais (contenção orçamental, reforma administrativa, qualificação de pessoal e de equipamentos) e, em simultâneo, fazer valer a nível nacional a sua condição única de grande metrópole do país: na normalização das obras públicas e do urbanismo, na promoção de turismo de qualidade, no apoio a iniciativas empresariais que reestruturem a relação investigação/produção a nível mais do que local, na definição de políticas de integração de imigrantes, etc., etc. No actual momento político, o PSD e o CDS estão perdidos em lutas internas; o PCP e o BE necessitam opor-se ao governo a qualquer custo para se legitimar a nível nacional, e tanto pior para Lisboa. Sobra o PS. Resta saber se a estrutura partidária de Lisboa vai continuar a ser ultrapassada pelos acontecimentos ou se adquire capacidade para influenciar as políticas nacionais do Partido Socialista. Por direito próprio e não por acertos de bastidores, claro.

Carlos Leone
(militante do PS – Lisboa, secção da Ajuda)

Anónimo disse...

Fica bem ao camarada Dias Baptista o pedido de desculpas, e devemos congratularmo-nos com a elevação do seu texto neste blog e sobre esta matéria.
Naturalmente, como socialista e membro da Concelhia de Lisboa, fiquei estupefacto com a notícia e atónito com a atitude dos que protagonizaram o episódio.
Caso encerrado, diria eu... não
fosse a existência de uns comentários cobardolas (sem assinatura), deselegantes e tão parecidos - pelo menos no uso do "Sr." - com aqueles que nos habituámos a ouvir de Alberto João Jardim.
Fica-vos mal, camaradas, e (des)qualifica-vos. Se entendem que o Nuno Gaioso Ribeiro agiu mal (e eu não sei se agiu ou não, como provalmente tb não saberá quem escreveu tais comentários), digam-nos sem atoardas. Sugiro que sigam o exemplo deixado pelo Dias Baptista.
Paulo Machado