sábado, 17 de fevereiro de 2007

A AGONIA DO EXECUTIVO DO PSD

Os acontecimentos que marcaram o dia de ontem na Câmara Municipal de Lisboa acentuaram a crise institucional que se vive na CML.

Com efeito, não podemos esquecer que a primeira declaração feita pelo Presidente da Câmara, Carmona Rodrigues, à entrada nos Paços do Concelho foi “não vejo razão para o Vice-presidente suspender o mandato…. A direcção nacional do PSD apoiou inteiramente a determinação do Vice-presidente da Câmara de continuar em funções”.
Mas, apesar desta declaração tão peremptória e após uma longa reunião com a direcção nacional do PSD a que se seguiu uma reunião dos vereadores do PSD, veio a confirmação da mudança de posição e a informação de que o Vice-presidente Fontão de Carvalho suspendia o seu mandato por três meses.
Esta decisão foi comunicada a todos os vereadores da CML numa reunião efectuada nos Paços do Concelho, que se iniciou às 22h10, depois de ter sido agendada para as 19h30.

Mas, temos que sublinhar que esta opção tomada pela direcção nacional do PSD e pelo seu líder, Dr. Marques Mendes, para ultrapassar a crise que a Câmara Municipal de Lisboa vive é manifestamente insuficiente, porquanto se percebe que forçaram o vice-presidente Fontão de Carvalho a mudar em 24 horas a sua posição sobre a avaliação que fez do facto de ter sido constituído arguido no processo relacionado com o pagamento de prémios aos administradores da EPUL.
Mas, em simultâneo, tiveram a preocupação de garantir que o Presidente da Câmara iria manter o poder na Câmara, embora também ele tivesse sido forçado a alterar a sua opinião sobre o assunto, mudando completamente de posição em 24 horas.

Contudo, temos que dizer que esta decisão não resolve os graves problemas que afectam o Executivo, sobretudo importa destacar duas situações que deverão merecer muita atenção:

a) Como irá desenvolver-se o relacionamento do Presidente da Câmara com os restantes vereadores, agora que se ficou a saber que também ele ocultou de todos os vereadores, durante três meses, o facto de o Vice-presidente ter sido constituído arguido num processo que tinha sido referenciado diversas vezes nas reuniões de Câmara;

b) Que credibilidade terá este Executivo para tomar as decisões que se impõem, especialmente para combater a grave situação financeira da Câmara Municipal de Lisboa, que já coloca em causa o bom nome do município.

Estas sucessivas mudanças de posição e de opinião por parte do Presidente Carmona Rodrigues acentuam o clima de crise que afecta o Executivo do PSD na Câmara Municipal de Lisboa e confirmam aquilo que os vereadores do PS têm vindo a dizer:
este Executivo não tem credibilidade, nem disponibilidade, para governar a cidade, sendo o PSD e os seus eleitos os únicos e exclusivos responsáveis pela agonizante situação que se vive na Câmara Municipal de Lisboa e pelos prejuízos que estão a causar à cidade e aos seus cidadãos.

Lisboa, 17 de Fevereiro de 2007

O Vereador
António Dias Baptista

7 comentários:

formiga bargante disse...

Poderá o vereador Antonio Dias Baptista fazer o favor de explicar a razão da sua abstenção no negócio dos terrenos do Vale de Santo António, (a ser investigado pela PJ, segundo a comunicação social), abstenção essa que levou à aprovação do dito "negócio"?

Anónimo disse...

O clima de crise vivido na CML não pode continuar. Isto é um facto político e em nome dos lisboetas e de uma das capitais, diria, da capital mais linda do mundo, devemos em conjunto encontrar uma solução e estar preparados para eleições intercalares. Evidentemente que serão os órgãos do PS, em consonância com os militantes, a tomar uma decisão, caso sejamos confrontados com essas eleições.
A equipa deve ser forte e coesa para vencer e devolver Lisboa aos lisboetas e dar um novo impulso para sair da agonia a que estamos sujeitos.
Temos PS. Temos Equipa. Temos Vontade. Temos coragem.
Os Lisboetas querem mudanças.
Vamos mudar!

Um abraço,
Marco António Martins

vereadores disse...

Caro amigo, é com grande prazer que respondo à questão que me coloca, até porque ela permite-me esclarecer algumas questões.

1º. Importa precisar que não foi a minha abstenção que permitiu a
aprovação do negócio do Vale de Santo António. Porque o negócio tinha sido aprovado no mandato passado. A minha abstenção foi numa proposta que foi apresentada com o objectivo de suspender as operações que estavam em curso;

2º. A minha abstenção foi tomada na plena convicção de que o negócio, que tinha sido aprovado na sequência da realização de um Concurso Público, não tinha nada de obscuro ou de falta de transparência. Com efeito, ao votar naquele momento estava convicto de que o meu voto
iria ser um contributo para o normal e correcto funcionamento da EPUL.

3º. Nunca esteve subjacente na minha atitude, nem no meu voto,
qualquer posição menos correcta, ou qualquer preocupação com a defesa de posições ilegais ou que fossem decorrentes de quaisquer atitudes menos lícitas. Não tenho, nem nunca tive qualquer relacão com qualquer dos protagonistas daquele negócio;

4º. Por último, quero dizer de uma forma muito clara, depois de serem
conhecidos tantos problemas com a gestão da EPUL, que se a proposta
fosse apresentada agora, o meu voto seria a FAVOR da suspensão do
negócio.

António Dias Baptista

Anónimo disse...

então e o outro blog de um dos vereadores?
ém oficial tb?
ou vai ser retirada a confiança política?

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

A equipa do PS é bastante fraca. Nao creio que pudesse ser uma alternativa. Falta um Vasco Franco.
Nomes do PS para CML. Mega Ferreira, Rolando Borges Martins

Gustavo Gouveia disse...

Sou obrigado a concordar=X